Ando me esgueirando por trás de galhos e árvores a fim de me esconder, não sei bem ao certo de quem ou de que, mas quem sabe?
Por baixo das copas não vejo raios, nem céu, nem bichos, os meus bichos. A tempestade não passa e vem em pingos grossos e me vara. Está tudo errado, ou a errada sou eu?
Entre vociferações e uma xícara de café, entre o não e o poço vejo escapar o que nunca existiu ou talvez sim apenas pra mim.
O que se vê no reflexo é distorcido limitado.
Um pássaro de madeira e bico longo me acompanha.
Ó único.
Entre palavras tortas me derreto, me esqueço, me escorraço, assim exatamente.
Me acho em metáforas, me fecho em metáforas e me perco, nessa ordem.
Tateio a escuridão com os pés, busco o palpável e sinto apenas o visco de dias afiados que me cortam as mãos e sangram, um sangue lívido e gelo.
Assim sigo, nem um passo à frente nem um passo à trás.
Me desfaço e me embaço. Assim exatamente.